Matemática e Arte



Aproveitando as aulas de Arte ministradas pela professora Cristiana e também as de Matemática, fizemos uma trilha geométrica. Depois de trabalhar os conceitos matemáticos dos sólidos geométricos entregamos aos alunos uma folha com várias figuras. Eles foram solicitados a colorirem e cortarem-nas e depois dispô-las na folha de trilha de maneira aleatória como preferiram. Depois o professor foi sorteando figuras através do dado e os alunos iam marcando na folha as figuras que lembravam os sólidos. Ao critério do professor um lado é escolhido como saída e outro como chegada. Não vale pular casa, deve-se marcar cada figura sorteada na sequência. Ganha quem chegar ao final primeiro.






Leitura e gramática

Depois do período de Recesso Escolar esticado - forçosamente - comecei um trabalho de gramática voltado para a pontuação textual. Estou trabalhando com bastante leitura. Como fica difícil trabalhar mais de um texto por semana devido a reprodução dos mesmos para cada aluno, seleciono um texto por semana. Esse texto é distribuído aos alunos para que façam sua leitura em casa e, depois durante os outros dias "tomo" a leitura diariamente, de todos. A leitura dos alunos está ficando cada dia melhor. Dos 25 alunos que tenho, apenas 1 não está ainda completamente alfabético. Seguindo essa linha, o trabalho de gramática com relação à pontuação está sendo feito com textos e não apenas em frases. Apresento aos alunos textos sem pontuação e procedemos a leitura selecionando a pontuação que daria sentido ao texto. Está sendo muito gratificante notar que os alunos pontuam os textos adequadamente. Veja alguns exemplos de textos trabalhados:

Também estou aproveitando alguns textos para trabalhar verbos e flexão verbal juntamente com a pontuação:









Dr. Jekyll and Mr. Hyde

É de notório conhecimento público o romance do escritor Robert Louis Stevenson "The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde", mais conhecido no Brasil como: O Médico e o Monstro. Depois de várias adaptações para o cinema, roteiros de TV, teatro e tantos outros imaginários humanos tenho me deparado com outra adaptação livre para a obra, em um terreno também um tanto quanto fértil das imaginações populares: a escola.
Você deve estar se perguntando onde quero chegar ou a quem quero chegar. Explico-me. Depois de alguns anos trabalhando em escolas - 16 anos, 7 como funcionário e 9 como professor - observei muito o comportamento das personagens principais da escola, o aluno. A maioria dos alunos consegue, não sei se pelo mesmo artifício que Dr. Jekyll, manter duas características personalidades bem distintas em dois ambientes que lhe são bem peculiares - o dentro e o fora da escola.
Há tempos tenho visto crianças que se comportam nas escolas como verdadeiros vândalos, agressivos, desrespeitosos, malcriados... circulam pelos corredores da escola como se fossem inatingíveis e que somente sua presença é que importa ali. Muitas vezes me deparei com aluno levantando o queixo e estufando o peito para professores como se quisesse iniciar uma rinha. Vários vezes ficamos sabendo de acontecidos em que alunos desdenham de professores e funcionários dizendo que "não estão nem aí". Por outro lado, percorrendo os arredores da escola, as ruas, as outras instituições pertencentes ao mesmo bairro e que, portanto, atendem a mesma clientela noto que esses intempestivos alunos, digamos assim, quando se tornam pessoas comuns fora da escola agem completamente diferente. Muitos até se passam como adoráveis crianças inocentes que, parecem fragilizadas com a dureza do mundo. São capazes até de baixar os olhos quando um cidadão mais velho passa e os cumprimenta. Muitos "por favores e com licenças" são ouvidos pelas ruas e, como que por encanto, as brigas tão comuns na escola na rua desaparecem.
Não é de se estranhar que crianças consigam ter e manter esse comportamento? Ser um diante dos pais, da comunidade e dentro da escola se transformar como quem toma um "elixir da coragem" que libera todas suas emoções recalcadas talvez por um polimento social que o impede de liberar sua voracidade, e encontra na escola campo fértil para suas extravaganças?
Na última adaptação cinematográfica do romance citado que assisti aparentemente Dr. Jekyll consegue dominar o monstro existente em seu subconsciente, mas ainda fica no ar a nuance de que talvez Mr. Hyde jamais o abandone... Será esse o nosso futuro: conviver, enquanto a escolar durar, com essa triste realidade? Ou conseguiremos um dia entender por que à medida que o futuro chega a violência e o desrespeito aumenta?

Finalização do 3º Bimestre





Para finalizar as aulas de Ciências do 3º Bimestre, os alunos motaram o corpo humano com massa de sal. A massa é muito fácil de ser feita: 2 medidas de farinha para 1 de sal (sal de cozinha) e água até dar ponto. Depois de seca aceita qualquer tinta, mas nós colorimos a própria massa com guache.

Não ficou parecendo um corpo de verdade!?

Finalização do 3º Bimestre

Este tipo de trabalho foi idealizado pelo professor Paulo Tinta. Mapa caracterizando as regiões do Brasil. As imagens coletadas são referentes a cada uma delas. Note o DF.

O que há entre a cabeça e a mão que sustenta o lápis?

Não é de hoje que ouvimos a sociedade julgando a escola dizendo que os alunos passam para o ano subseqüente “sem saber nada”. Não é preciso que façamos uma pesquisa, usar tabelas e gráficos e nem pesquisas oficiais para saber que essa afirmação é verídica. Por outro lado, também não podemos em réplica dizer que essa afirmação é falsa. E também para tanto basta ser professor. Entretanto, o jargão mais comum que se ouve por aí é que hoje vale a “promoção automática” para se descrever a Progressão Continuada instaurada pela LDB. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em sua Seção III, Art. 32, Inciso IV:
“§ 1º. É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos.
§ 2º. Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar no ensino fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino...”
Ora, a minha interpretação da lei não sugere em nenhum momento a “promoção automática”, mas sim o desafio de se encontrar um caminho que leve os alunos realmente a conseguir apreender e fazer uso do código alfabético de escrita. A intenção aqui não é advogar em favor ou contra este ou aquele sistema de ensino e, tão pouco este ou aquele método de ensino, mas sim tentar encontrar caminhos, maneiras de se ajudar o aluno. Não é incomum encontrarmos alunos que passaram pelos 1º, 2º, 3º e 4º anos de ensino sem conseguir fazer uso da escrita quando adentram o 5º ano de ensino. Isso não quer dizer que o aluno chegou a esse grau de ensino totalmente “vazio”. É impossível se dizer que o aluno não entrou em contato durante esses anos com o código de escrita, até porque seu contato com a escrita vem desde a mais tenra idade. Costumo trabalhar com crianças entre 4º e 5º anos e constantemente tenho me deparado com esse tipo de situação. Não é necessário dizer que o trabalho é intenso e cansativo, mas se assim não o fosse não seria compensador. Hoje lembrei-me de uma aluna que tive em 2.008 num 5º ano que ainda não tinha se alfabetizado. Apoiado em estudos e pesquisas publicadas por Magda Soares, Telma Weisz, Emília Ferreiro e outros tantos autores que já fazem parte do folclore pedagógico percebi que o necessário para se obter sucesso é persistência e outro enfoque dado as atividades em sala de aula.
Procurei fazer um trabalho diferenciado em sala de aula buscando fazer parte do cotidiano a leitura de várias histórias, tentando fazer com que os alunos desenvolvessem o gosto pelas letras. Minha intenção era que a aluna entendesse o que eram e para que serviam as letras. Aquelas mesmas letras que conheceu logo cedo, ainda em casa, na rua, em tantos outros lugares e... na escola.
Trabalhamos com o conto de fadas Cinderela. Depois de fazermos várias atividades de interpretação, escrita, audição de outras versões os alunos foram convidados a reescrever a história. Essa foi a primeira produção da aluna:

Senti uma frustração muito grande, achei que não tinha atingido meu objetivo. Foi quando lembrei-me de uma professora de um curso de especialização que dizia: “é a intervenção do professor na hora certa que trará o progresso do aluno” (Iara Arfelli). Resolvi então solicitar que a aluna lesse sua escrita. Após sua leitura disse que tinha ficado muito boa e que queria guardar, tentando levantar sua autoestima. Dei meu caderno e ditei a ela exatamente o que me havia dito, aí minha surpresa, veja o que ela produziu:








A mesma aluna produziu essas duas escritas para a mesma história. A primeira provinha de sua própria cabeça, a segunda ─ apesar de ter a mesma origem ─ foi ouvida e prontamente escrita.
Ainda me pergunto o que deve haver entre a cabeça e a mão que sustenta o lápis?

Festa Junina Colégio Objetivo/2009





A entrada do salão foi feita com malha, peneiras caracterizadas e chapeus.